Saturday, March 3, 2007

Poesia + Má disposição.


Episódio Irritante

Vem levemente, brilho lunar
Que ninguém quer tanto de ti quanto eu
Que pelas ruas me deixo ir a cantar
Um amor que também pode ser o teu.

(Pára agora enquanto podes)
Que da verdade tu ainda não sabes
Vai estoirar o colosso de Rodes
Vão morrer os peixes e aves.

Já ardeste, faz muitos dias…
Não sabias das verdades
Que se as soubesses morrias
E pior é saber às metades.

Jaz algures o antigo descontentamento
Que já eu pensava ter vencido
Resta esperança, sonho, e firmamento
Para esquecer este barco perdido.

(Pára com isso! Tem calma …
Olha que o mundo não acaba agora.)

Vós, covardes disto e de outras coisas mais
Não sóis mais que pobres fantoches de conveniência
Que mentir e fingir sempre foi a vossa essência!

(Que exagero. Que feitio. Que mau perder)

Hei-de sempre acreditar que isto é mau, que é fodido.

(Mal-criado, inconveniente, vergonhoso)

Minha mãe não me ensinou a rebobinar um jogo.
Ensinou-me apenas a sorrir, a cantar e amar.
Ensinou-me que a vida é bela, um mar rosado.
Ensinou-me que nasci para amar e ser amado.
Minha mãe enganou-me sem querer
“Ai meu filho, que estás a enlouquecer!”

(Estás doente)

Tenho os pés presos no chão e quero saltar.
Tenho a língua presa nos dentes e quero falar.
Tenho os olhos carregados de sono e quero olhar.
Tenho a cabeça doente, e quero pensar.

Tremi. Quebrei. Tropecei. Levantei-me e voltei a cair.
Sacudi. Ardi. Explodi. Esqueci. Ou pelo menos tentei.

Não sei perder, nem quero saber.
Aprender a saber perder é aprender a muito perder,
E aprender a perder é fraco, é mau, e eu não quero.
Sou teimoso, tenho mau feitio e não me apetece nada agora.
Já disse que não quero absolutamente nada.
Se vos pedisse o que mais queria, nenhum de vós o conseguia.
Acelerem os relógios, apressem os dias. Avancem-me semanas.
E depois, se o arrependimento vos subir à cabeça, aprendam!
E quanto ao mais importante, perderam todos. Ou talvez não…
Não interessa nada disso agora também, que eu de miserável
Muito mais não fui além. Que irritação. Nada, absolutamente nada.
Já disse nada e nada é o que eu quero o que sou e o que quero fazer.
Nada, nem adeus. Adeus também é nada. Nada, nada, nada!


--


Nuno.

5 comments:

Anonymous said...

Que poema lindo que escreveste aqui. Só não gosto de 1 coisa. A tua má disposição... levanta a cabeça ó pessoa junior.**

Anonymous said...

esse texto... mt bom... e de certa forma vai de encontro a parte do meu estado de espirito, ora feliz, ora inseguro e melancolico... o que tavamos a falar a pouco por msg, se fosse tao facil como dizer "foge cmg" era tudo tao facil, era tudo tao bom!!! um dia hei-de criar algo semelhante a isto e ganhar coragem para escrever aquilo que sinto... é pena é que nem coragem para admitir/ter certeza do que sinto tenho... que merdaaaaa!!!!

um abraço garoto!

Anonymous said...

quer a imagem quer o texto tao brutais torrinha, mas c o texto a sobrepor.s d uma maneira gigantesca..gostava d ter a facilidade i a arte para escrever akilo k m vai na alma duma maneira tao bela cmo tu o fazes, acredita.

j0*

Sara said...

"Vem levemente, brilho lunar
Que ninguém quer tanto de ti quanto eu
Que pelas ruas me deixo ir a cantar
Um amor que também pode ser o teu."


Ainda que quisesse... Acho que não poderia dizer nada com maior valor. Adorei o trabalho, por completo. =) És um menino de valor, Torre. [*]

Anonymous said...

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