Friday, April 13, 2007

O aproximar do fim.


São sete horas da manhã, e o telemóvel começa a soltar o barulho endiabradamente irritante do despertador. É segunda-feira, 25 de Setembro de 2006… Era o primeiro dia de praxe. Mas hoje é muito mais do que isso. Hoje é o dia em tudo isto começou. Sentimento, dedicação, orgulho, responsabilidade, compromisso, boémia, entre muitas outras coisas. A nossa vida, portanto!
Parece que foi ontem que estávamos todos de olhos apontados para o chão, parece que foi ontem que até medo de falar aparentávamos ter, parece foi ontem que os nossos joelhos eram os nossos pés e parece ainda também que foi ontem que nos chamaram de bestas e era isso que parecíamos. E os dias foram passando. Uns continuavam inibidos e como que numa corda bamba quanto à vontade de por ali permanecer. Outros desistiam mesmo. Houveram ainda os outros, que ali continuaram até ao fim. E hoje? Valeu a pena? Claro que sim.
Espírito académico. O famoso desemerdanço, tão útil nas semanas de exames, por exemplo. A amizade. O amor à casa onde estudamos e passamos grande parte dos nossos dias. O orgulho disso mesmo. A saudade do que já vivemos. A ânsia de viver os próximos acontecimentos. Os desafios que por aí vêm, e ainda os que já passaram. A diversidade e a união, sempre lado a lado como que num crescimento mútuo, ora saudável, ora nem por isso. Mas não interessa isso por agora.
Está a chegar o grande momento, a monumental serenata! Esse acontecimento tão solene, tão bonito, tão intenso. O momento em que a nossa capa vai ser, pela primeira vez nas nossas vidas, traçada. Não encarem isso como um momento lindo para as fotografias e para espalhar vaidade. Isso vai significar muito, vai significar tudo. Vai significar o fim de uma história e o começo de outra. A ligação de duas histórias irmãs. O fim do nosso ano de caloiros, o ano em que quase tudo nos deram a conhecer e quase tudo quisemos viver. O início da nossa vida enquanto doutores também começa. Ai este carrossel de emoções e sentimentos que nos comanda desde Setembro.
Amigos, trajem e gostem de trajar. E em cada momento que a capa vos aquecer os ombros, lembrem-se de todas as histórias que ela tiver e todas as que virá a ter também. Sim, porque quando isto tudo acabar vai também com isto os melhores anos das nossas vidas, ou muito me engano, eu e vocês. Aquela capa e aquela pasta. A capa como símbolo das noites de bebedeira e a pasta como símbolo das tardes passadas a estudar no desespero daqueles exames. Futurologia de intensas recordações passadas, ou um ataque de loucura dos meus neurónios. Pouco me importa que se discuta isso agora.
Vivam isto o mais que puderem, sempre sentindo o porquê de o fazerem, porque esta história foi, é e será escrita por nós e, no fim, terá o ponto final que lhe quisermos dar. E vejam bem a quantidade de coisas que já passamos e vivemos e que eu não mencionei aqui. Tudo, praticamente tudo!
Com alegria, amor e saudade, e uma bem mais do que simbólica lágrima no canto do olho, viva farmácia!

Sentes que o tempo acabou…

Tuesday, April 10, 2007

Arriscar.


Os grandes heróis do mundo fizeram-se heróis porque arriscaram, mas foi também no risco que os grandes falhados se perderam. Os que nunca arriscaram não subiram nem desceram. Esses mantiveram-se sempre na sombra, sem dar muito nas vistas, sem ir muito além e sem falhar muito ou quase nada.
Correr um risco é, portanto, um detalhe de irremediável importância na vida. É o atravessar o rio ou o ficar do lado de cá da margem, é o vencer ou perder. Correr o risco é alcançar a verdade no seu esplendor, ainda que esta possa ser alterada pelo próprio risco. Mas isso já é filosofia a mais para quem só quer saber se vale a pena arriscar.
Arriscar é dar a maior prova daquilo que queremos. Arriscar é pôr a nu uma vontade, uma ideia ou um sonho. E agora, arriscas?